• Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Ensaio sobre a série Stranger Things



Ensaio escrito para a matéria de Jornalismo Cultural:

Com o sucesso da primeira temporada a Netflix lançou “Stranger Things 2”, o nome veio de uma tentativa de uma continuação mais cinematográfica que televisiva para a série. Nessa temporada, a trama se passa quase um ano após os acontecimentos da anterior, a cidade de Hawkins continua com seus mistérios, dessa vez todas as abóboras das plantações apodreceram do dia para noite sem nenhuma explicação, mas com uma nuvem de moscas pairando sobre elas, a história parte desse problema inicial por estar próximo ao Dia das Bruxas e dele são desencadeados os acontecimentos dos nove episódios da série.
Respondendo às perguntas deixadas pela primeira temporada, o roteiro de Stranger Things 2 reafirma a ideia dos criadores, roteiristas e diretores, Matt e Ross Duffer, e pelo produtor-executivo e diretor Shawn Levy, de criar uma atmosfera mais cinematográfica, é possível perceber os três atos em que nos primeiros episódios os personagens reencontram-se e começam a perceber a ameaça (o Monstro das Sombras), já na metade começam a surgir os conflitos e nos dois últimos a turma de protagonistas dos anos 80 começam a trabalhar para uma resolução.
Por conta dessa sucessão de acontecimentos é possível acompanhar a série em um ritmo moderado, não são passados para o telespectador em um ritmo tão rápido aponto de atrapalhar a compreensão e nem em um ritmo tão lento que faça com que haja uma desistência, Stranger Things 2 consegue fazer com que a trama vá acontecendo de uma forma com que os personagens consigam ser mais aprofundados e desenvolvidos, mesmo aqueles recém inseridos como os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery), o inteligente Bob Newby (Sean Astin) e o jornalista Murray Bauman (Brett Gelman), todos eles conseguem um espaço para crescer entre as ameaças do Mundo Invertido e os conflitos do meio mundano.
Em relação ao desenvolvimento dos personagens, podemos ver mais sobre Will Beyers (Noah Schnapp) e a sua relação com o Mundo Invertido depois de sua abdução. Nessa temporada, Will passa a ser hospedeiro para o Monstro das Sombras, por essa ligação ele passa a ser crucial para a história já que é por meio dele que diversas ligações necessárias são estabelecidas, mesmo com a exigência pelo destaque do personagem Noah Shnapp não decepcionou e mostrou uma atuação surpreendente.
Conseguimos ver também um pouco mais sobre a história da Eleven (Millie Bobby Brown), mesmo mais distante dos acontecimentos principais, a personagem está em uma jornada a parte de autoconhecimento que revelará uma importância maior no final da série mostrando como cada acontecimento, inclusive aqueles que passam uma importância menor, são necessários para a trama como o episódio exclusivo para o encontro entre Eleven e sua irmã, Kali (Linnea Berthelsen), criticados por muitos como desnecessário, mas que mostrou que o encontro das duas irmãs de laboratório era algo pelo qual Eleven precisava passar para o que aguardava a personagem no final.
Além da atenção para os personagens a série traz inúmeras referências – Caça-Fantasmas, Aliens - O Oitavo Passageiro e O Resgate, Conta Comigo, Gremlins, E.T. O Extraterreste, Os Goonies, It - A Coisa, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, A Garota de Rosa-Shocking, o Ataque dos Vermes Malditos, o Exorcista, Harry Potter, O Senhor dos Anéis – tudo planejado pelos irmãos Duffer e Shawn Levy para acrescentar a história somado ao ambiente dos anos 80 e a Guerra Fria, tento um efeito quase nostálgico sobre quem assiste.
A contribuição de Shawn Levy como produtor da série é positiva, podemos ver como a direção de Shawn contribuiu para que todos os objetivos dos criadores fossem alcançados, o diretor trouxe muitos de seus trabalhos para a série como a franquia Uma Noite no Museu, podemos ver elementos dela como a mistura dela entre a comédia e o suspense e também o modo fácil como ele trabalha com crianças que se assemelha com a sua direção em Doze é Demais, o que revela que a escolha por Levy foi muito sensata.
Combinando a direção e produção com a fotografia e trilha do filme temos um resultado surpreendente. O modo com que as câmeras trabalham misturado ao figurino e os tons avermelhados e sombrios lembra muito os filmes dos anos 80, há um suspense feito em horas especificas com uma trilha ao fundo com velhos clássicos como Cindy Lauper, The Police e The Clash que garante bons sustos durante a série. Para trazer a fantasia para a série, podemos perceber uma atenção maior ao CGI com efeitos visuais ricos em detalhes que mostra que foram muito melhor trabalhados que na primeira temporada.
Em contrapartida, ainda há perguntas deixadas pela série que esperamos que sejam respondidas na próxima temporada, ainda não sabemos onde encontra-se o vilão Dr. Martin Brenner (Matthew Modine) e não sabemos ainda o posicionamento do Dr. Owens (Paul Reiser), também resta a dúvida sobre as outras crianças do Departamento de Energia, se Kali conseguiu escapar do laboratório, talvez outras crianças também tenham conseguido. Outro personagem que nos deixa com perguntas é Steve (Joe Keery), com o desenvolvimento dele resta saber se ele estará ou não na próxima temporada, muitos esperam que sim.
De qualquer modo, a segunda temporada de Stranger Things deixa uma sensação de dever cumprido, uma série bem produzida e que mesmo sendo uma proposta nova mantém uma fidelidade as suas origens, traz bons efeitos visuais, belas tomadas abertas e um enredo que além de causar curiosidade para a próxima temporada passa uma conformidade pela forma com que terminou. A terceira temporada ainda não tem data de lançamento, mas a expectativa já está alta, só nos resta esperar.


0 comentários:

Postar um comentário

Contato

Fale Comigo


Celular/Whatsapp

(17)98202-0958

Site

www.nerdisse.com